Joias fabricadas no Espírito Santo valem até R$ 1 milhão

Uma joia é uma obra de arte que revela uma história em cada detalhe. Seu valor leva em consideração a quantidade de ouro ou pedras preciosas utilizadas para sua confecção, o desenho, a qualidade do acabamento, a exclusividade e a dificuldade na execução da peça, por exemplo.

E o Espírito Santo é uma das referências quando o assunto é joalheria. As peças produzidas no Estado valem até R$ 1 milhão. Esse é o caso, por exemplo, do colar de Riviera, cujo preço varia de R$ 220 mil a R$ 1 milhão, dependendo do tamanho do diamante.

Mas já houve casos de peças com valores até superiores, embora não sejam comuns.

O presidente do Sindicato da Indústria de Joalheria, Bijuteria e Lapidação de Gemas do Estado (Sindijoias), Willian Ribeiro, lembrou de uma joia feita com a pedra turmalina paraíba.

Ele explicou que, dependendo da pedra, ela pode chegar a custar US$ 80 mil (R$ 415 mil) o quilate: “No Estado, já foi vendido um anel de turmalina paraíba de 22 quilates”.

Carlos Bautz mostra um colar Riviera, cravejado de diamantes: modelo de peça é um dos mais valiosos no Estado Foto: Kadidja Fernandes/AT

A fábrica de joias Bautz trabalha com peças personalizadas, usando tecnologias como a impressão 3D para a prototipagem, corte a laser, entre outras. Além disso, tem mão de obra artesanal, o que torna cada peça única.

O joalheiro Carlos Bautz salientou que o trabalho é minucioso e começa no processo criativo. O cliente procura a designer da fábrica, e explica como é a peça que imaginou.

A profissional materializa o desejo do cliente em desenho. “No esboço, aplicamos todos os detalhes que o cliente deseja, como se fosse a história da peça. Depois que o cliente aprova, iniciamos a produção”, enfatizou.

O joalheiro também destacou que a fábrica utiliza elementos como ouro 18k, diamantes, esmeraldas, safiras, rubis e turmalina paraíba, por exemplo, para confeccionar as joias que chegam a clientes de todo o País.

O designer de joias e especialista em gemas Dorion Soares ressaltou que não é possível fazer uma peça de joalheria sem ter uma imersão na história da humanidade.

Ele salientou que a criação de uma joia está ligada a sentimentos e que há clientes que compram a exclusividade da peça.

“Quem procura uma joia de alto padrão está em busca de um valor que é intangível, uma história que vai além do objeto em si”, destacou o designer.

Saiba mais

Produção de joias

No Espírito Santo há mais de 20 pequenas fábricas de joias, considerando o Estado inteiro. Fábricas maiores são poucas. Capazes de produzir em escala industrial são cerca de cinco.

As joias produzidas no Espírito Santo já ganharam não só todo o País, como também o exterior, por meio do talento de designers.

As peças

As peças mais procuradas geralmente são brincos e anéis. Mas também existe procura por cordões, pulseiras, terços, entre outras.

Matéria-prima

Para as joias mais caras produzidas no Estado são utilizadas matérias-primas como: outro 18k, diamantes, esmeraldas, safiras, rubis, turmalina paraíba, entre outras.

O que valoriza a peça

O valor de uma joia está na matéria-prima utilizada para sua confecção e quantidade da mesma, na dificuldade para sua execução, na criação de designer renomados, acabamento, exclusividade.

Mas também está na sua história. Uma joia que foi utilizada por grandes personalidades ou celebridades, por exemplo, tende a ser ainda mais valorizada.

Processo de produção

A matéria-prima utilizada no Estado, em sua maior parte, vem de São Paulo. O ouro, por exemplo, é derretido nas fábricas para ganhar a forma desejada pelo cliente. Já o diamante é comprado sob medida para a confecção das peças.

Legalidade

Para comprar uma peça com origem lícita, o consumidor deve procurar fornecedores idôneos e exigir as certificações da peça.

Fonte: Sindijoias.

Willian mostra anéis e brincos produzidos com pedras preciosas Foto: Leone Iglesias/AT

Peças para novela e celebridades

As joias produzidas no Espírito Santo já ganharam espaço nos mais diversos ambientes. Elas já foram usadas por famosos em eventos importantes no Brasil e no exterior e até mesmo foi objeto protagonista de novela.

Giovanna Antonelli, Flávia Alessandra e Júlia Lemmertz, por exemplo, já ostentaram as peças do designer Dorion Soares. Ele também já criou uma peça para um cliente presentear o rapper americano Flo Rida.

Além disso, um brasão criado por ele foi objeto protagonista na história da personagem Helena, interpretada por Julia Lemmertz, na novela Em Família, da Rede Globo.

“Todos os nossos clientes têm a mesma importância e o mesmo significado para nós, independente do grau de notoriedade. O que importa é que ele aprecia a arte, a raridade, a beleza”, destacou.

Mas as vendas não estão limitadas ao território nacional. Ele já vendeu peças para Emirados Árabes, Estados Unidos, por exemplo.

Ele detalhou que tem duas empresas e uma delas é de gemas. “Nós fazemos o corte e lapidação das gemas especificamente para as peças que vamos produzir”.

Ele explicou que isso oferece uma liberdade de criação , sem estar limitado ao que o mercado oferece. “A gema é algo natural. Por isso há encomendas que demoram dois ou três anos para ficarem prontas, quando é necessário uma gema mais rara”.

O joalheiro Carlos Bautz contou que a criação de uma joia para um cliente envolve ouvir sua história, entender o papel que aquela joia cumpre naquele contexto, envolve sentimentos. “Já fizemos a aliança para casais e fomos convidados para o casamento”, lembrou.

O filho dele Arthur Carlos Bautz, 30 anos, destacou que nesse processo existe uma criação de laços entre ambas as partes.