Nefrita, jade ou jadeíta?

Existe no mercado de joias uma dúvida que costuma causar confusão na cabeça dos vendedores e, principalmente, dos clientes que procuram por peças de jade.

Existem dois minerais bastante similares na aparência (cor, dureza e brilho), porém com suas composições químicas bem diferenciadas. A Jadeíta – NaAlSi2O6 ou Na(Al,Fe3+)SiO6 com dureza variando entre 6,5 – 7 que, apesar de mais dura do que a Nefrita, é mais fácil de ser esculpida e trabalhada. Devido a isso, é mais apreciada pelos artesãos orientais. Já a nefrita tem sua composição química Ca2(Mg,Fe)5Si8O22(OH)2 com dureza entre 6 – 6,5. Ela pode ser encontrada, naturalmente, nas cores azulada, azul esverdeado, verde mato, verde amarelado e incolor (leitoso).

Já a Jadeíta, é também encontrada nas mesmas cores, além de púrpura, avermelhada, mostarda e acinzentada.

Jade é a nomenclatura dada pelos orientais aos dois tipos de mineral, tanto a nefrita como a jadeíta e, é minerado e trabalhado na China desde a Idade da Pedra.

O jade nefrita foi o primeiro desses materiais descobertos na China e era o jade tradicional usado e esculpido desde os tempos antigos. A nefrita era tão importante que os depósitos tradicionais na China estão quase esgotados. Há evidências de que a jadeíta , vindo principalmente da Birmânia, começou a ser comercializado na China em escala mais ampla, a partir do século XIV. Hoje, a maioria dos jades comercializados na China é da variedade jadeíta.

Em locais pré-históricos, os artefatos de jade incluem ornamentos simples com formas de contas, botões e tubos. Também foi muito utilizado como ferramentas e armas. Ao passar do tempo, este mineral se tornou reverenciado com um significado especial para os chineses e ao longo da história foram usados para esculturas, decorações, cerimônias, móveis e joias para as famílias imperiais. Os membros mais ricos e influentes da sociedade seriam enterrados em trajes confeccionados com jade. Extremamente caro e levando anos para montar, o fio usado para unir as peças de jade seria ouro, prata, cobre, seda ou outros materiais, dependendo do status da pessoa enterrada. Por volta de 3.000 aC, o jade ficou conhecido como “yu” ou “joia real”.

As primeiras descobertas arqueológicas desses tipos de trajes, foram das tumbas do príncipe Liu Sheng e de sua esposa Dou Wan, da dinastia Han ocidental, que consistiram em: 2498 peças de jade e aproximadamente 6 Kg de fios de ouro.

O significado da pedra preciosa para a cultura chinesa não pode ser subestimado. Reinos inteiros na China iniciaram guerras por pedras particularmente preciosas. No entanto, o tradicional jade nefrita do país não é esquecido. A medalha de todos os atletas, nas Olimpíadas de Pequim de 2008, foi encaixada com um pedaço de jade puro, esculpido na natureza. A medalha de ouro apresentava uma forma rara de nefrite branca, conhecida como jade “gordura de carneiro”.

Os cuidados necessários:

Ao adquirir uma peça de jade, mesmo se for comprada na China, o consumidor deverá ter a mesma cautela que orientamos para a aquisição de qualquer gema de maior importância. Ou seja, peça um certificado de autenticidade da gema ou da peça e guarde a nota fiscal.

Os truques e tratamentos que geralmente rondam as gemas mais caras oferecidas no mercado internacional, são inúmeras. No caso do jade, não é diferente.

O tratamento mais sofisticado aplicado no jade de baixa qualidade, que apresenta manchas internas e / ou falhas estruturais é, coloca-lo imerso em um ácido poderoso (sulfúrico ou clorídrico) a fim de clarear a estrutura da superfície do jade e com ela, as manchas internas. Neste ponto, muitos especialistas dizem que o mineral não é mais o jadeíta jade. A pedra é então colocada em um agente neutralizante e logo após é impregnada com polímero da cor desejada através de uma centrífuga. A pedra é então inteiramente coberta com um revestimento duro e transparente, semelhante a plástico.

Com o tempo, pode tornar o tratamento instável e muitas vezes descolorir. Em contraste com a renomada durabilidade do jade natural, ele pode se tornar tão frágil a ponto de fraturar com impacto mínimo.

Mesmo os comerciantes especialistas neste tipo de gema, não podem ter certeza apenas se uma peça é ou não isenta de tratamento, sem o auxílio de tecnologia próprio. Os testes gemológicos padrão, nos leva a um cenário inconclusivo. Então, como ter certeza de que uma pedra é 100% natural ou não? Em 1990, o GIA (Instituto Gemológico da América) desenvolveu uma técnica que definitivamente, e de maneira não destrutiva, pode testar a presença de polímeros no interior de um jade: espectroscopia de infravermelho (FTIR). Os polímeros deixam um traço revelador no espectro infravermelho. Uma máquina chamada espectrômetro de infravermelho pode detectar esse traço com muita clareza.

A primeira dica para se prevenir de uma surpresa desagradável é: – pergunte diretamente ao vendedor sobre a autenticidade da peça. Às vezes você pode ouvir uma resposta direta que irá ser bastante conclusiva para a sua decisão de comprar, ou não. Caso contrário, a melhor pista é analisar o preço pedido versus o valor real de mercado. Se é bom demais para ser verdade, desconfie. Seu valor é considerado de aproximadamente 5% a 10% do valor de seu equivalente de jade natural.

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